Quem fala em teus sonhos quem cala tua boca? Quem bebe teu vinho quem inveja tua roupa? E cunha o medo pra te acordar Na calada da noite lhe vigiar Quem multa o caminho e se esconde no escuro? Quem faz o papel sempre em cima do muro? Na pose da luz, te seduzir E na entrada das horas, desiludir A fuga contínua A busca sem fim O mundo abisma há quem deseje dormir E quer Um abismo para a lucidez Um abismo para a lucidez Um abismo para a lucidez Um abismo! Quem grita de fora por se cala por dentro Espelha revolta, mas absorve lamentos Sufoca em palavras pensadas em vão E não há tempo não, não em suas mãos