Nós somos qual um fumo, um tabaco Que queima no fogo do tempo Do corpo, a alma é fumaça Em cada tragada um alento Do resto nos sobra uma ponta Um toco amassado jogado no cinzeiro Num cemitério Alguns queimam rapidamente Formando uma densa cortina Outros tem fumaça divina Suave doce que inebria Enquanto, tranqüilo e esperando Eu queimo no mesmo compasso do meu canto Bem de canto E as cinzas não podem deixar De ser totalmente também Parte integrante de um existir Que é projetado no além O que nós queimamos se torna Parte do nosso redor Volteia pro alto, envolve o lugar E volta com força maior Em cada ação e pensar Fumaça que sobe no ar Assim como o fumo devemos Queimar-nos de vida até o fim Sem filtros, porque fazer mal Não é exatamente ser ruim Se quem nos traga é a terra É preciso chegar no seu pulmão No coração, no âmago No coração