Ela me olhou, fez que não ouviu Me ignorou, onde já se viu? Mina marrenta, tá de brincadeira Ela me esnobou duas vezes, três Não desanimei, tentei ser cortês Fugiu de mim quase a noite inteira Nem toda graça, nem a cachaça Nem a fumaça que a noite embaça Nem mesmo o parça, nem a pirraça Me livrariam, eu era a caça Ela me chamou pra dançar, eu fui Sabe essas noites em que tudo flui? Tava ferrado de qualquer maneira Ela me agarrou, fez o que entendeu Ela me amassou, ela me acendeu Como não queimar naquela fogueira? Nem outra chama, nem outra dama Nem a má fama que me difama Nem mesmo a Brahma, nem muita grana Me salvariam da tua cama Eu estava perdido, ela me encontrou A flecha do cupido veio e me acertou Descobri o meu rumo, meu prumo, destino Hoje eu sou um homem, ficou pra trás o menino Minha mina de fé, o meu cais de sossego Meu porto seguro onde atraco sem medo Minha mina de ouro, a água que beberei Meu lugar de repouso, sei que não temerei Meu castelo, meu reino, canção de ninar Enquanto for vivo prometo te amar Os sonhos que tenho, fantasias mais belas As batalhas da vida eu luto por ela Ela me adotou, me botou nos trilhos Logo eu bicho solto, livre e andarilho Nem acredito que fui fisgado Ela me amou como ninguém antes E ser amado assim é tão contagiante Que eu só podia estar apaixonado Nem outra bela, mesmo donzela Nem da novela, nem mesmo aquela Nem Cinderela, nenhuma delas Porque eu vivo só por ela