A gente anda pelas ruas e percebe Os dois lados da cidade que só cresce Tem o lado do turista tudo limpo, arrumado Tudo lindo, novo e organizado Mas também tem o outro lado da moeda Uma cidade que oprime e segrega Onde o povo se amontoa em casebres e barracos Onde as ruas são lixeiras de lama e buracos Nascer, sofrer e morrer em MCZ Nascer, sofrer e morrer em MCZ Como uma terra tão bonita e abundante Com riquezas e belezas transbordantes Faz do seu filho alguém pobre e explorado Analfabeto, sem futuro e tratado como gado? Capitania hereditária, sim senhor! Hoje quem manda é o filho, mas o pai já mandou Na sucessão essas famílias se perpetuaram E você segue votando nos que te exploraram Nascer, sofrer e morrer em MCZ Nascer, sofrer e morrer em MCZ Você que mora e envelhece na cidade Que paga imposto e não tem reciprocidade Acorda cedo e trabalha em agonia Para com o seu suor sustentar a burguesia Você que mora numa rua sem asfalto Você que perde a sua grana num assalto Você que espera o transporte que não passa E não consegue um trabalho por conta da sua raça E quando a situação não está propícia Você se vira pois não quer virar notícia E reza sempre para não ser confundido Pois sabe que pra polícia todo negro é um bandido Enquanto isso, nos palácios da cidade Negociata e crime das autoridades Quem deveria defender o povo humilde Vira as costas, fecha os olhos, enriquece e se omite Nascer, sofrer e morrer em MCZ Nascer, sofrer e morrer em MCZ