Eu peço paz Pra não ver rasgarem os pontos que a guerra traz Eu já vi demais E os olhos cegam quando eu tento olhar pra trás Me esvaziaram de tudo que eu podia acreditar E me jogaram, submerso num rio de lodo, que não ia para o mar “Isso é pra você aprender!” “Você precisa lutar!” … só não me disseram contra o quê… Pra me acordar do coma Me despertar pro Agora E todo dia, eu nasço, cresço, adoeço, e morro um pouco mais Dessa vida, a Doença dos Dias. Teve um táxi que eu peguei, nem sequer cumprimentei Pois estava tão perdido, não sabia pra onde ir O homem abaixou o som, disparou sem hesitar: Perguntou: ‘que cara é essa?’ e começou a me contar Sobre a guerra em que lutou, sobre os tiros que tomou Os amigos que perdera e sobre os seus caixões chorou E tornou a perguntar o que eu estava a lamentar Mas cheguei ao meu destino e saí sem lhe falar Que eu não sei lidar! Que eu queria ter problemas como os seus O corte é na alma, e eu não consigo fechar Mas posso aplaudir esse dia que nasceu E eu sei que logo esse inverno acabará E com as chuvas, vai-se embora esse pesar Vai me tirar do peito o que há muito estava lá Mas ficam as canções… … são tantos corações pra confortar.