Há se pudéssemos ter de volta Só mais uma vez Toda a inocência que perdemos Quando Ele conseguiu nos convencer Que era só comer do fruto proibido Pra sermos iguais a Deus Há se pudéssemos pelo menos uma vez Esquecer que acreditamos Que era correto Provar do fruto proibido Pra sermos como, tais, iguais, Superiores a Deus Há se pudéssemos pelo menos uma vez Encontrar, criar a saída... E nos convencer Que foi preciso ter acontecido O que aconteceu Se não nunca saberíamos ao certo Quem era, o que sentia, como pensava, E agia Deus... Há se pudéssemos pelo menos uma vez Nos convencermos Que quem sabe demais Já sabe mais que o bastante Mas mesmo assim indaga demais Por já não ter mais nada a aprender Mas furtamos a razão dos Deuses E ficamos tão doentes Há tempos tentamos nos curar Sem conseguir Então criamos mecanismos De existência, ditos perfeitos e complexos, Tentando em vão subsistir sem conseguirmos Quisemos o conhecimento E descobrimos através da dor Que é só a morte que tem A saída a qual queremos Pra esquecer-mos de tudo que já virmos De tudo que ainda vai vim... Que é só a morte que tem A cura pra esse vazio Que nos aflige do principio ao fim Que é só a morte que nos preenche Do principio ao fim Que é só a morte que Nos aceita podres e impuros E justifica o nosso tão vão existir... Porque furtamos a razão dos Deuses E ficamos tão doentes Há tempos tentamos nos curar Sem conseguir...