Ela escreveu uma carta de despedida Que nunca me mandou Sorriu friamente, estranhamente Era sua declaração de amor Ela estava doente eu não notei Não pude ajudar Ela se cortou enfrente ao espelho Escutado Plebe Rude na sala de jantar Brincou com sangue já sabendo Que aqui não ia mais ficar Ela escreveu meu nome No vidro e no azulejo Talvez pra me avisar O motivo real de ir embora Que antes por razões que desconheço Não podia me contar Caiu no chão e suspirou bem devagar Não teve forças pra se mexer, Ouvir, falar, nem pra se levantar E a vida ali morrendo a esmo Ser ter ninguém pra lhe ajudar E ela disse adeus... E se foi pra nunca mais voltar...