Eu estou vivo ainda Mas sem você Não tenho mais nada de interessante Pra fazer Pelo resto da minha vida... E até agora eu não sei por que Você quis partir... Mas te esquecer dói mais que lembrar E só depois de fugir Foi que percebi Que não existe um lugar seguro Que eu possa Me proteger de você E que ainda não há nada De concreto que eu possa fazer Pra não me machucar [...] O meu cérebro dói Internamente, em pus - inflamado, E tirando a cocaína, a vodka e o cigarro, Não tenho mais nada a fazer Por mim agora... E não é descontrole nem desequilíbrio Nem desespero nem vício São tumores malignos dentro de mim A minha vida em fase terminal E não há nada que a medicina Possa fazer pra me salvar agora... Mas não é por isso que estou revoltado Triste, a esmo e mal... É porque meu código genético Ainda espera em vão pelo seu Pra trazer ao mundo uma nova vida... Mas analisado bem os fatos Acho que Sophia nunca vai chegar... Pois o que eu tinha antes Já não tenho mais... Nada do que eu tinha era meu. Mídias se corrompem Livros se rasgam E eu não sei o que faço Pra ficar aqui um pouco mais Quando se extinguir de vez a minha vida... Por agora... Palavras já não dizem nada Retóricas fundamentadas não conseguem convencer Não há nada em que acreditar Será que existem mesmo anjos? Enquanto isso... Uma chuva morna cai sobre mim Entorpecido no tempo resvalo inerte Entre ausência e passado O tempo na mente corre lento demais A minha vida toda em trinta segundos O sopro de ar foge dos pulmões Eu vejo a luz! Enfim estou em paz...