Franklin Mano

Sozinho sem Paz

Franklin Mano


Você me deixou sozinho
Mas não me deixou em paz
As lembranças aliviam e ferem demais
Tornou-me um homem frustrado
Nos teus aleivosos alarmes
Enganando um bobo coração
Com teus sentimentos falsos
E tuas trivialidades.

Um amor sujeito há palavras
Não era isso que eu buscava
Desperdicei meu tempo
E sentimento por nada.

Deixasses-me em bruta euforia,
Pra triste se desfazer tudo na luz absorvente de nada,
Tranqüila sorrindo roubastes minha paz
Eu estou chorando
Mas isso também pra você não é nada demais
Eu sei que as estações passam
E nem uma dor por mais que intensa
Dura por tempo desnecessário demais,
Mas obrigado por me tornar mais humano
Sem minha humanidade

Livre, livre...
Encarcerado atrás de grades
Bebendo desse cálice de vinho tinto
De sangue nobre cítrico
Contrariando meu ceticismo
Pra conseguir um milagre
Mais humano sem minha humanidade.

Mas a vontade ainda está injetada na carne
Cada lembrança é uma overdose no fundo da alma.
Não sei qual é desigualdade que há entre o gozo e o escarro
Só sei que o prazer e a dor são partes da mesma lamina na navalha
Mas ainda não compreendo porque promessas
Que abraçam tudo não cumprem nada...

É foda! O destino está encravado no DNA
Não tem como correr é inútil lamentar
Também não sou hipócrita, não grito nem me drogo
Pois já faz tempo que eu sei
Que o amor é a essência bruta da morte
Eu sinto, agüento e não choro
Eu sinto, agüento e não choro
O amor eu apenas reprimo e suporto.