Você me deixou sozinho Mas não me deixou em paz As lembranças aliviam e ferem demais Tornou-me um homem frustrado Nos teus aleivosos alarmes Enganando um bobo coração Com teus sentimentos falsos E tuas trivialidades. Um amor sujeito há palavras Não era isso que eu buscava Desperdicei meu tempo E sentimento por nada. Deixasses-me em bruta euforia, Pra triste se desfazer tudo na luz absorvente de nada, Tranqüila sorrindo roubastes minha paz Eu estou chorando Mas isso também pra você não é nada demais Eu sei que as estações passam E nem uma dor por mais que intensa Dura por tempo desnecessário demais, Mas obrigado por me tornar mais humano Sem minha humanidade Livre, livre... Encarcerado atrás de grades Bebendo desse cálice de vinho tinto De sangue nobre cítrico Contrariando meu ceticismo Pra conseguir um milagre Mais humano sem minha humanidade. Mas a vontade ainda está injetada na carne Cada lembrança é uma overdose no fundo da alma. Não sei qual é desigualdade que há entre o gozo e o escarro Só sei que o prazer e a dor são partes da mesma lamina na navalha Mas ainda não compreendo porque promessas Que abraçam tudo não cumprem nada... É foda! O destino está encravado no DNA Não tem como correr é inútil lamentar Também não sou hipócrita, não grito nem me drogo Pois já faz tempo que eu sei Que o amor é a essência bruta da morte Eu sinto, agüento e não choro Eu sinto, agüento e não choro O amor eu apenas reprimo e suporto.