Pai João Protetor do sertanejo Nos folclóricos é que vejo Suas histórias bem contadas Já foi cocheiro Foi carreiro e foi peão Foi curador no sertão Teve a vida escravizada Pai João Preto velho inesquecível Só fazia o impossível Pra ajudar o seu patrão Mesmo assim O seu amo lhe espancava O negro velho chorava Na mais triste judiação Pai João De cor negra e alma branca E da consciência franca A nos dar recordação Preto velho Enfrentou tantas serpentes Foi amarrado de corrente No tempo da escravidão Pai João É real e é poesia É história e melodia E também é devoção A gente reza E chama pelo seu nome Pra que nunca a tal fome Atinja nosso sertão Preto velho Que tanto trabalhou E em troca só ganhou Sofrimento e ingratidão Preto velho Sua alma hoje descansa Porque sua esperança Reina em todo o coração Pai João De cor negra e alma branca E da consciência franca A nos dar recordação Preto velho Enfrentou tantas serpentes Foi amarrado de corrente No tempo da escravidão