Um frasco de canha é minha água benta Que eu encho de novo quando a pinga caba E que da coragem quando a gente enfrenta Um touro que avança espumando a baba. Eo meu doze braças por nada arrebenta Nem com golpe forte de zebua brava Meu estilo honra a raça de Vargas E o meu chapéu preto de abas bem larga Resguarda meu rosto com a sombra da aba. Minha capa ideal e que me ataca os frios Nem com tempestade a roupa ensopa No lugar que eu poso se um baile surgiu Já pago a minha entrada e vou direito a copa Se a flor do fandango para mim sorrir Já faço a proposta se acaso ela topa Na anca do zaino um lugar ela ocupa Já levanto a china linda na garupa De madrugadita vou tocando a tropa. Eu não tenho medo que façam espera E até duvido que um macho me marque E sendo preciso eu brigo com uma fera Minha protetora minha santa Joanna D'arc Meu cachorro tira o gado da tigüera Não atraso a tropa pro dia do embarque Nas horas de folga eu canto pra ela Cevando um amargo em roda da panela De um bom carreteiro gostoso de charque. No fogo de chão eu esquento a cambona Já tomo lhe um trago bem grande na guampa Ao lado da prenda puxando acordeona Em qualquer recanto um gaúcho se acampa Dois pelegos grandes, a tarimba é a carona O Retrato do pago carrego na estampa Quem mora lá fora conhece essa lida Pois desde criança gostei desta vida Depois me tornei um trovador dos pampas.