Morre a luz dos olhos meus Para o pranto reflorir! Piedade, eu num salmo Peço à Deus ao meu carpir Ri, tu deves rir desta paixão Faze bem zombar do meu sofrer Fere, fere bem aqui, no pobre coração No coração que insiste Em vão, em te querer Quando compreenderes a minha mágoa Mágoa que a sonhar fiz Germinar desta paixão! Hei de perolar em meus olhos As frias gotas d'água Íris do tormento, ígneo sofrimento Glorificando a alma e o coração Ai! Se eu pudesse exterminar Esta saudade atroz! Na ânsia de um beijo, oh, senhor Quanto sofremos nós! Louco é o sonho meu Ainda mesmo que a penar Ser teu escravo, só teu Nem sequer te comoveu Todo o pranto que verti! Não importa, eu bem sei Que é fado meu morrer por ti Deus! Oh, criador da natureza Vem santificar minha tristeza! Para enfim, exterminar está cruel paixão Em gelo, vem me transformar o coração!