Francisco Alves

Madrugada

Francisco Alves


Madrugada, resto da noite
Clarim que anuncia um novo dia
Madrugada que encontra o poeta
Nas ruas desertas
A versejar
Namorados que saem das festas
Fazendo serestas
À luz do arrebol
Madrugada dos guardas-noturnos,
Boêmios soturnos
Que sonham com o Sol
Madrugada – cabarés fechados
Casais agitados
Que a noite formou
Madrugada das rixas sangrentas
Nas ruas barrentas, onde a lei não chegou
Madrugada do homem banal
Que compra o jornal
E as notícias não lê
Madrugada, o poeta boêmio
Deseja por prêmio
Viver com você