Francisco Alves

Pra Esquecer

Francisco Alves


Naquele tempo, em que você era pobre,
Eu vivia como um nobre, a gastar meu vil metal;
E por minha vontade, você foi para a cidade,
Esquecendo a solidão e a miséria daquele barracão;
Tudo passou tão depressa,
Fiquei sem nada de meu, e esquecendo a promessa, 
Você me esqueceu,
E partiu com o primeiro que apareceu,
Não querendo ser pobre como eu;
E hoje em dia, quando por mim você passa, 
Bebo mais uma cachaça, com meu último tostão,
Prá  esquecer a desgraça, tiro mais uma fumaça,
Do cigarro que filei de um ex-amigo que outrora sustentei!