Embaixo de algarobas eu faço minhas canções E vou aboiando para o meu gado Com minha viola no peito e gogó afinado Eu vou aboiando para o meu gado Escuto os passarinhos, as águas do riacho Que saem escorregando, vai regando o meu roçado O feijãozinho verde, as espigas de milho E o bezerros berrando na porteira do abrigo O galo já cantou, o sol apareceu As flores se abriram, o dia amanheceu E assim vou aboiando o meu rebanho de gado A lenha tá queimando no fogãozinho de barro E a fumaça saindo pela brecha do telhado O cheiro do café moído e bem torrado Minha enxada no ombro, tô indo pro roçado E assim vou aboiando o meu rebanho de gado