Eu estou na esquina conversando Lá vem o camburão Eu tomo tapa na parede documentação Eles não querem respeito Querem impor o medo Pois são pagos para fazer a repressão. Uniformizados capitães do mato, Em seus modernos navios negreiros Eles saem pela noite procurando seus suspeitos E fica o dito pelo não dito. Ninguém corre se não eu atiro É sempre o dito pelo não dito E ninguém corre se não eu atiro. É tiro de pistola e três oitão de escopeta de repetição. Eles atiram na democracia, no seu direito de ser cidadão. Eu moro no barraco na favela na periferia da cidade Campo de batalha entre a policia e bandidagem. Bala perdida não tem interesse Então eu rezo para não ser a vitima. Também morre que atira otário São tiros para todos os lados Tiro, tiro, tiro...