Era muito conhecida A tapera da Tia Benta Pois segundo se comenta Era até mal assombrada Ficava à beira da estrada Porém pouco aparecia Porque o mato a encobria Junto à boca da picada A tapera da Tia Benta Todo mundo assim chamava Porque há tempo ali morava Uma preta benzedeira Fora grande curandeira Que receitava sem medo Sabia todo o segredo Da medicina caseira Ela vivia solita Pois mataram seu marido E os filhos tinham morrido Na Guerra do Paraguai Mas nunca exclamava um ai Sofria de fronte erguida Porque os filhos deram a vida Vingando a morte do pai Mas um dia ela se foi E o ranchinho ali ficou E assim se celebrizou A tapera da Tia Benta Nem nas noites de tormenta Um bicho ali se abrigava E o povo já comentava Que a tapera era azarenta Por fim já mal se avisa tava A Cunheira do ranchito Que o tempo fora aos pouquinhos Destruindo sem clemência Fora a tosca residencia Onde tua Benta morava Que com o tempo também chegava Seu final de existência E foi contemplando a tapéra Que eu cheguei a conclusão Que o meu pobre coração Desabitado também Sente saudade de alguém Que foi sua dor noutrora Desde quando foi embora Nunca mais morou ninguém Minha vida e os desenganos Vão se levando ao roldão Também sinto a solidão E a dor que me atormenta Meu coração se lamenta Num suspiro abixornado Muito mais abandonado Que a tapéra da tia Benta Muito mais abandonado Que a tapéra da tia Benta Muito mais abandonado Que a tapéra da tia Benta