Mais uma gota de sangue Na grande taça de ilusões Pra que se possa alimentar A insaciável boa que se escancara. Não se sabe onde estamos Nem quem ruiu todos os sonhos Mas sim, podemos ver o fim Das sinuosidades. Não queremos que estenda as mãos E nem ouvir palavra Estamos fortes como nunca Damos passo após passo Encurtando a imensidão Que mesmo aos olhos parece tão distante. Não temos ao alcance O que é parte de nós Mas temos as lembranças Em tons de cinza. E que nos apedrejem Se assim lhes convier Nossa carne é forte Podemos curar as feridas. De costas para a escuridão A ver a tênue chama Como se pudéssemos sentir O pouco que ainda nos resta. Não queremos que estenda as mãos E nem dizer palavra Estamos vivos como nunca Nossos joelhos sangram Por se arrastar na imensidão De estilhaços frios que cobre nosso chão. Pra todo sorriso há uma lágrima Pra todo suor, recompensa. Pra cada doença uma cura Para cada sonho perdido, uma esperança.