Ah, ah, ah, uh, ah, ah, ah Ah, ah, uh, ah, ah Eu não peço licença pra chegar Eu não sou obrigada Sou filha de Oxum com Yemanjá Alfange, espelho, espada Sou raiva e calma ao mesmo tempo E raiva eu sinto mais Por tudo que me aconteceu E o que aconteceu aos meus ancestrais Não abaixo a cabeça pra nada Não bato os meus pés no tapete Insisto não sou obrigada Eu como com a mão o meu próprio banquete Eu tenho fome Eu sou faminta Eu quero comer você Eu quero comer a vida Nham, nham, nham Sou camaleoa elegante Me adapto se for preciso Tenho um repertório gigante Pra lidar com todo tipo de narciso Não gasto energia e saliva Com gente quadrada na linha Pra mala sou inofensiva Me faço de santa, donzela, fofinha Eu canto suave Eu não desafino Eu faço tudo certinho Mas é tanta raiva aqui dentro Não dá pra ser acostumada Herdei dos antigos e sei direitinho A história que não foi contada E a história é minha, porra Eu tô cansada Eu faço meu trampo direito Pra macho dizer que não tô preparada Não tenho deslumbre com nomes Invento o meu ritual Boto a boca no microfone Se não me tratar de igual pra igual Não nasci pra ter sonho pequeno Sou vanguarda na era do pós Tenho a força do meu pensamento E carrego a mudança que sou porta-voz Eu vou cantar por mim Por minha mãe Por minha avó Por minha bisa As coisas que elas um dia Calaram Sofreram Lutaram E morreram Pra que hoje eu esteja viva Eu quero que vocês explodam Explodam Explodam Explodam, corram Se não desapareçam Para o fundo das coisas Que hoje eu tô Virada na jiraya Ah, ah, ah, uh, ah, ah, ah Ah, ah, uh, ah, ah Eu vou voar por aí Explodam Quero me divertir