O sol vai morrendo além Deixando marcas na serra A asa da noite vêm Cobrindo a face da terra A floresta silencia Nem um passarinho pia Neste quadro sonolento Só o murmúrio das águas Que propagam suas mágoas Pelos soluços do vento (Bruno Lins) O riacho não vi mais cheio O inverno não voltou E a seca que ali chegou Não quis mais se retirar Passarinho foi embora Não sei mais onde mora Nem se ainda sabe cantar Não existe cantoria Vaquejada onde havia Muito forró pra dançar Não tem peixe nem anzol Pescaria futebol Prado nem se vê falar Um antigo cajueiro Manga rosa e coqueiro São saudades do lugar O silêncio é a voz Lá na casa do avós A tristeza foi morar Será que o tempo não chora Quando deixa tudo para trás Não podendo nunca mais Tudo que passou passar ÊIA, ÊIA, ÊO ÊIA, ÊIA, ÊO