Olhando pro céu, pela paz Solução que vem a atribular Imensa nuvem de tensão, além da imaginação Correr jamais, correr jamais Aqui a terra vai tremer E na lama vai submergir Auto afirmado imortal Você vai se apoiar em quê? No apogeu do ego, sempre terá algo a perder Falta oxigênio mar adentro, então cadê seu proceder? Até o futuro ser tomado pela sede de viver E o oceano se mostrar superior Vou dar risada da sua calamidade Bem-vindo à realidade que você mesmo plantou Mergulhei de cara, enquanto houver água Não vai me deter, tô no ringue é pra bater Quem tem sede ataca, pode meter marra Que ela naufraga junto com você É o fundo da vala Mil promessas, mil injúrias, mil trincheiras, mil entulhos Vossa excelência não estava lá no meio do dilúvio Do distúrbio, esperança, desespero, do desgaste O contraste, a psicose de um homem Que não lhe diz respeito Enfermo sobre o leito Que lembre de você na urna, se conforme e nada mais Na paz dos valores morais, lar doce lar Doce família, demagogia Só alegria no aconchego de 12 metros Quadrados do barraco, parece fácil Não tem saúde, nem escola, mas a pinga nos consola Elementar, não vai faltar Parece tão familiar Mergulhei de cara, enquanto houver água Não vai me deter, tô no ringue é pra bater Quem tem sede ataca, pode meter marra Que ela naufraga junto com você É o fundo da vala Desemprego confortável, a novela, o seriado A pelada de domingo, e o céu tá carregado Tenha fé que essa chuva não vai cair E se cair, miséria pouca, a gente tem que resistir E engolir toda a calúnia que o repórter diz de nós E assistir a Miss Brasil, a Miss Cerveja, a musa do verão Desfilando em Ipanema, mar adentro, a delirar Dólares a mostra, sonho de consumo é estar lá E degustar Pra lama nunca mais voltar Mergulhei de cara, enquanto houver água Não vai me deter, tô no ringue é pra bater Quem tem sede ataca, pode meter marra Que ela naufraga junto com você É o fundo da vala