Por tanto homem atrair Tem la mar de ser mulher. Com voz de sereia os chama, com segredinhos de dama Deles faz o que bem quer. Fracos abismos se escondem Debaixo da minha saia A rival que assim me mata É feita de espuma e prata, Dorme em leitos de cambraia. Aquelas gentes gentias Que feitiços te farão? Passo a noite a magicar, Agulha de marear Cravada no coração. Ai que mentiras guardavas, Meu marido em teu olhar. mal tomavas de mim posse, já te rendias ao doce Chamamento de la mar. Dizem que trazes fortuna, Escravos, pós e pedraria. Que me importa tal riqueza Se eu estarei já, com certeza, Velha e feia, morta e fria? Ai, pobre de mim, traída Ai, pobre de mim, deixada! Se me voltarás com vida, Se te esperarei honrada? Ou se me acharás perdida, Por sol-posto inda deitada Com escudeiro que ao meio-dia Me namorava a criada?