Voltei ao passado no trem da lembrança, A estação "criança"foi ponto final Rumo a velha casa tomei um atalho Molhado de orvalho cheguei ao quintal Mamãe cozinhava no fogão de lenha Que o bom Deus a tenha, que há tempo se foi! Nos fundos da casa,meu titio Aleixo Consertava o eixo do carro-de-boi Na velha amoreire, a tábua pregada E a corda amarrada e na testa o calombo Lembranças de um tombo que um dia levei Na porteira a marca feita a canivete em 05/07/72 Dois nomes,dois sonhos,unidos na infância, Depois a distancia e mágoa depois! "PEGUEI a estradinha que há tempo passado De foice e machado meu pai quem abriu Vi o monte de terra lembrei do sufoco Por conta de um toco que à frente surgiu Avistei meu velho,congelei a imagem Que marcava o auge da minha emoção E o pranto contido com fúria selvagem Rompeu a barragem do meu coração Quem leva no alforje a dor como herança Quem planta esperança sem nada colher Duas vidas tem como eu sempre tive Aquela vive e a que sonha viver... Quem tem consiencia do tempo,que eu tenho Quem vem de onde eu venho e sabe o que eu sei Reconhece O preito que rendo ao poeta Na rima dileta que dele eu herdei"