Cante esse canto Que encanta e faz proezas Traz tanta alegria E desfaz toda tristeza Não precisa ser senhor Nem precisa ser doutor Caboclo ou sertanejo Cada um tem seu valor Ouça o som que vem do canto E encanta a multidão Não é Fulô nem Fala Mansa É um canto do sertão Canto de gente sofrida Que batalha com suor Gente de fé que acredita Em Jesus, nosso Senhor Canto de Cabra da Peste Que não tem medo de morrer Não calcula o que faz Mata os outros até sem ver Da criança inocente Que não conhece chuva, não Das muitas lendas e estórias Coisas que conta o povão Cante esse canto Que encanta e faz proezas Traz tanta alegria Desfaz toda tristeza Não precisa ser senhor Nem precisa ser doutor Caboclo ou sertanejo Cada um tem seu valor Bento, Chico ou Celestino Maria, Tereza ou Glória São nomes que no sertão Constroem a sua história De muita luta e coragem Peleja, labuta e dor De um povo que ainda tenta Descobrir o seu valor Este canto não é poesia Mas sonha um dia ser Basta que o grande poeta Venha a mensagem entender Que na vida é preciso Muito mais do que sonhar É preciso ir à luta É preciso acreditar E essa seca que castiga Que judia e faz sofrer Não é maior do que a vida Do que a vontade de viver