O timorense agarra na morte e faz um sorriso O timorense agarra na fome e faz uma esperança O timorense é o dono sorrindo deste chão que piso O timorense agarrou em nada e fez uma dança O timorense é o sonho para lá do possível sonhar O timorense é mais do que deus tivesse inventado O timorense é para lá de nós todos da terra e do mar O timorense é o meu coração sem saber de que lado O timorense é a madre cacau com três mares e montanha O timorense é a escola queimada e a vontade de ler O timorense é aquele que me agarra aquele que me apanha O timorense é o que fez da morte um filho a nascer O timorense é aquela criança sorriso e bola O timorense é aquela velhota que me diz bom dia O timorense é aquilo ao contrário do que é pedir esmola O timorense é o tudo ao contrário daquilo que eu sabia O timorense é quem sabe o mistério do que é ficar vivo O timorense é é quem sabe o sorriso que vence a má sorte O timorense não é folha solta é o próprio livro Que ensina a distância que há entre o fraco e o forte O timorense é o meu desatino na língua que canto O timorense é a prova que existe bela sem senão O timorense é a calma na dor e o silêncio no pranto E sem saber o que hei-de dizer digo esta canção E sem saber o que hei-de cantar digo esta canção.