Prende o cabelo na argola De fumo do meu cigarro É beijo de ponta e mola Língua de mar e de barro Junta o nascente ao poente Transforma os dias em arcos Canta o passado e o presente Em rimas nomes de barcos Veste de seda e vison Gritando pregões à lua Ela é varina no som E dama de andar na rua Gosta de ser jogadora De cartas santificadas Ela é a mulher pura Que inventou as viciadas? Ata os recados com linho Que manda de mesa em mesa Limpa os desgostos com vinho Mata os homens com beleza Quando se despe é cantiga Quando se veste é verdade Despida é estátua antiga Vestida fica a saudade Dizem que gosta de amigos Por qualquer razão obscura Será por serem amigos De água contra a secura? Dizem estar desaparecida A alma o corpo e a voz Será que anda na vida Como todos todos nós?