Eu escrevo nas minhas memórias o passar dos anos Inscrevo nas minhas vitórias as perdas e danos Eu gravo em discos de lama o crime perfeito dos erros de mim Mais os desenganos.... Não há dinheiro que pague o poder ser assim. Eu escrevo a minha visão da mágoa de tudo Inscrevo no sonho lavado o sinal que não mudo Eu canto o princípio que quero fazendo um desenho Com forma de fim mais o conteúdo Não há dinheiro que pague o poder ser assim. Vale mais um pássaro no ar Que dois prisioneiros. Olhar apenas por olhar É pior que não ver. Se um lago é o contrário de ilha, mas há tantas Ilhas com lagos por dentro... certeza de mim: Não há dinheiro que pague o poder ser assim. Traduzo de várias maneiras o mesmo que digo Inscrevo num único rumo o canto que sigo Eu faço assim tal e qual o dôce imperfeito Do amargo de mim o bem e o mal Não há dinheiro que pague o poder ser assim. Remeto em cartas abertas A vida fechada. Lacrada com mundos e fundos De nada querer. Já disse que sou doutras coisas mandando palavras Que chegam por fim... manias de mim Não há dinheiro que pague o poder ser assim.