Como a floresta secular sombria Virgem do passo humano e do machado Onde apenas, horrendo, ecoa o brado Da onça e cuja agreste ramaria Não atravessa nunca a luz do dia Assim também, da luz do amor privado Tinhas o coração ermo e fechado Como a floresta secular sombria Hoje entre os ramos A canção sonora Soltão festivamente os passarinhos Tinge os cimo das árvores a aurora Palpitam flores, estremecem ninhos E o Sol do amor que não entrava outrora Entra dourando a areia dos caminhos