Livre nos cercados, presa pelos campos Sempre um gesto arisco, não negava um risco Deus em nossos jogos, nossa juventude Devorava mundos e inventava luas Aceitava os ritos, fato consumado Ave nas caçadas, aves de rapina Livre nos cercados, presas no cerrado Sangue pelas vestes, éramos piratas Pensam de um sorriso, promessas de abrigo Crises de amor, não correr perigo, medo de castigo Novas tão antigas, quase comportados hoje somos mudos Sempre um verso velho, sempre o passo certo Sempre alguém por perto, nós estamos fartos Mesmo no Olimpo, mesmo em Walhala Tidos como eternos, deuses são depostos Sempre à sua volta dados como mortos Estamos todos vivos quase como um vício Você quer o trigo, nós somos o joio Você quer a calma, nós somos o cio Presos no presente, somos o futuro