Fernando Pereira

Fraga da Pena

Fernando Pereira


Ao correr da queda de água
Fui lavar o sentimento
Deixei acalmar a mágoa
Enquanto escutava o vento

A saltar entre os penedos
As águas vão ensinando
As lembranças e os segredos
Que a serra vai murmurando

E as penas quem as apaga
Para a alma ficar serena?
Penas grandes como a fraga
São como a Fraga da Pena

E as penas quem as apaga
Para a alma ficar serena?
Penas grandes como a fraga
São como a Fraga da Pena

Enquanto a tarde se deita
Nas sombras da penedia
A água aos poucos ajeita
O raiar do novo dia

Trigueira de água nos dedos
Desce da serra apressada
Vem a cantar pelos penedos
Para me saudar à chegada

Enquanto a noite me afaga
Enquanto a Lua me acena
Adormeço ao som da fraga
Ao som da Fraga da Pena

Enquanto a noite me afaga
Enquanto a Lua me acena
Adormeço ao som da fraga
Ao som da Fraga da Pena

E as penas quem as apaga
Para a alma ficar serena?
Penas grandes como a fraga
São como a Fraga da Pena

Enquanto a noite me afaga
Enquanto a Lua me acena
Adormeço ao som da fraga
Ao som da Fraga da Pena