Quando eu fiquei sabendo da morte do soberano Viajei o dia inteiro no meu cavalo ruano Fui até lá na fazenda que vivia o cuiabano Comprei o couro e o chifre do famoso boi tirano Na cidade de barretos a história do boi preto Começou há muitos anos O seu dono era o menino como a história foi contada Que um dia o soberano com suas guampas afiadas Salvou ele do perigo brincando numa calçada Seu pai comprou esse boi tirou ele da boiada Por ter salvo seu filhinho o soberano velhinho Morreu na sua invernada Do chifre do soberano fiz um berrante maneiro Do couro trancei um laço prá laçar boi pantaneiro Daquele tempo até hoje passaram muitos janeiros Eu ainda estou na luta junto com meus companheiros Só que hoje nas estradas eu só transporto boiadas Num caminhão boiadeiro O berrante que foi feito com chifre do soberano Eu guardo como lembrança por muitos e muitos anos O laço no meu trabalho eu uso de vez em quando Prá laça algum mestiço que sempre foge do bando Na cabine do possante o meu laço e o berrante Sempre vão me acompanhando