Fernanda Porto

Outra Margem do Rio

Fernanda Porto


Dos habituais comportamentos contemporâneos
Optar é deles o mais desumano
Escolher entre tantos a quem vou amar
Se telefono agora ou depois, ou não ligo
Se insisto ou desisto, ou nem isso
Peço demissão, fico grávida
Troco de país, mudo de vida
E que verso agora vou inventar 
pra continuar sendo lida?
Que saudade me fará o calor, 
caso venha a preferir o frio?
E estando a escolha feita 
Nada me convence ou tranqüiliza
Estou sempre de olho 
Na outra margem do rio

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