[No fado Mouraria] Um fidalgo dos antigos Veio, há dias, cá jantar Trouxe consigo uns amigos E pediu-me p’ra cantar [No fado Seixal] Depois da luz apagada Fiz sinal ao guitarrista E de forma afadistada Até alta madrugada Mostrei-lhe o que é ser fadista [Na marcha do Marceneiro] Cantei tão bem o Corrido Que o fidalgo, destemido Ao ver-me cantar assim Tirou a velha samarra Depois pegou na guitarra E quis cantar para mim [No fado Margaridas] À modesta parede se encostou E num sentir que a todos comoveu A sua voz cansada me contou Belezas dum passado que viveu [No fado alexandrino do Joaquim Campos] E foi desde este dia que eu fiquei a saber Que o fado não é só canção dum desgraçado É um simples lamento que todos podem ter Que transformado em verso se transforma num fado