Anda deitar-te, fiz a cama de lavado Cheira a alfazema, o meu lençol de linhado Pus almofadas com fitas de cor, Colcha de chita com barras de flor E à cabeceira, tenho um santo alumiado Volta esta noite pra mim, Volta esta noite pra mim, Canto-te um fado, no silêncio, se quiseres Mando recado ao luar, que se costuma deitar Ao nosso lado, pra não vir hoje, se tu vieres Ponho o meu xaile, pra te servir de coberta E um solitário ao pé da janela aberta Pus duas rosas que estão a atirar Beijos vermelhos, sem boca para os dar Sem o teu corpo, minha noite está deserta Volta esta noite pra mim, Volta esta noite pra mim Ser agafrrada, por teus braços atrevidos Quero o teu cheiro sadio, neste meu quarto vazio, De mafrugada, beijo os teus láb ios adormecidos Mando recado ao luar, que se costuma deitar, Ao nosso lado, pra não vir hoje, se tu vieres