SOU DA CIDADE SOU DA CIDADE, MEU IRMÃO Levanto cedo sonhando acordado com o pé direito tô queimando no asfalto Tô sem trabalho Descendo a ladeira tô de bobeira só não posso dar bandeira Eu tô na pilha aí sempre ligado tô na vigilia tô contigo, eu não abro Se eu to na rua Tem gente do meu lado fica na tua que é melhor ficar calado Se eu tô em casa no corredor, na sala fujo da mira aqui só tem bala perdida Se chega a noite só saio protegido não tem mandinga o amuleto é minha ginga Dentro do carro de oculos escuros passo batido não me pede que eu tô duro Chiclete, fruta mendigo , prostituta cada sinal cada ponto uma disputa Sao Paulo, Osaka Seul, Pequim Rio ou Jacarta E Bombaim Tudo é cidade É tudo igual Em qualquer lingua Isso é geral DA JANELA VEJO A CIDADE ABERTA INFINITA VISAO SUAS RUAS, CURVAS, E FORMAS TAO DURAS PULSA O MEU CORAÇAO DA JANELA VEJO A CIDADE ALERTA TAO INJUSTA VISAO NAS CALÇADAS, PONTES, ESQUINAS, MARQUISES PULSA O MEU CORAÇAO Tudo é cidade É tudo igual Em qualquer lingua Isso é geral SOU DA CIDADE, MEU IRMAO Alto do morro de um prédio, um edifício pra ver estrelas solto fogos de artificio Adrenalina virando aquela esquina tô amarrado sonho de concreto armado Código urbano feito tambor na mata é tudo igual em qualquer lugar do mapa Isso é a vida é a natureza humana não tem saída é a natureza urbana