À borboleta que primeiro beijou Minha carne fria De vivo defunto autor Dedico a história De como sobrevivi Ao mundo quando ele era menor De como sobrevivi graças a ti Passeios no cemitério Sentados no túmulo De um morto de 77 E eu me perguntava se ele já sentiu O que eu senti quando você sorriu E qual seria sentido de tão longa vida Se a resposta for não? E como deve ter sido uma longa vida Se a reposta for não Mãos suadas guiam o caminho Por cinzas de prédios em construção Eu pensei; você pode montar em mim Se quiser E você me ouviu É chegada a hora De contar a história E eu ainda te espero aqui Com algum atraso No terminal Barueri As verdades nas cartas antigas Quando foi que o tempo as desmentiu? Mas era tão real Eu juro por Deus era real pra mim E só bentinho me entende Ao firmar que colombo não teve Maior descoberta Nas ruas de Barueri Duas cidades em Barueri Numa delas eu nasci Na outra eu morri Eu tinha só 16 e eu só tinha isso Você era tão superior Você ainda é tão superior E que bagunça terrível eu fiz na minha vida Era a única coisa que fazia sentido E perdeu o sentido Mas não é o fim Ainda significa o mundo pra mim Na escola cinza uma alma perdida Que você encontrou Seu nome ainda consta no meu diário E eu ainda te espero aqui Com algum atraso No terminal Barueri