Eu escrevo minhas frases sem ter bem noção Se aquilo que eu faço É esboço, cansaço, resquício, mistério inocente Ou arte vulgar Atiro em papel e verbo um voco menção Ao espírito cético, Bélico, fétido, lépido, clérigo De quem me escutar E no intuito do avesso a mensagem se faz Passando por mitos, Ritos, fitos gritos, vícios sitos Na cidade ilusão O ouvinte atento se esbalda ao saber que a canção É feita no peito, Jeito, pleito, leito com um cesto De nós tropicais Quem descreve o redor não pode esperar Pra ver ecoar aquilo em que crê Se o artista quiser ele pode contar Sua dor em seu verso pro público ler Eu esculpo a paixão no meneio de um vento qualquer Que me passa ao acaso, Raro, caso brinde de um segundo Que o improviso me deu Se a arte é som no ouvido evocando ao teu céu Esse sim é o ensejo, Beijo de um desejo que eu criei Pra quem me quiser Quem ousar se mostrar sabe que vem Rajada de bem, rajada de mal O artista só quer mostrar o que tem Dentro de si pra conceber um novo real