Capa de revista, Exposta na banca pra todos verem Um dia a tarde, andando na rua me surpriendi Quando numa banca vi um corpo nu, queimado do sol Conhecido meu a tempos atrás me pertenceu Como eu era feliz Pois era ela, minha esposa amante Com seu corpo elegante, exposto estava ali. Foi a sua vaidade Conversas de comadres Conselhos não de padre Tirou ela de mim Já comprei passagem para ir embora, Só me resta agora apertar-te a mão Se já me trocaste por um outro alguém, Já não me convém ficar aqui mais não Levo comigo este amor desfeito, Solidão, despeito e cruel desgosto No avião das nove partirei chorando, Por deixar quem amo nos braços de outro Ao chorar lhe darei meu adeus Porém juro por deus que não quero piedade Se o pranto de quem mais te quis Te faz muito feliz faça tua vontade E ao ver o avião subir, No espaço sumir, Não vai chorar também Deixe que eu choro sozinho A dor e os espinhos que a vida tem.