As ruas da ladeira Vestem hoje a cor vermelha Do sangue dos inocentes que vivem essa situação Escravos do consumo de um produto Que enlouquece e enriquece Àqueles que de seu uso não fazem questão Mas o bolso fala mais Para eles tanto faz Mais um vivo ou mais um morto Tudo isso é porcaria E pra quem está de plantão Trabalhando como um cão Sabe que a cada dia cresce A guerra do pó branco da anemia Os olhos queimam mediante à sedução Isqueiro sempre aceso mantém viva a ilusão Pistolas e morteiros denunciam a confusão E todos os dias eles somam mais e mais corpos no chão Daí eu te pergunto Como pode um mundo desses Manter viva minha chama de esperança De que algum dia isso vá mudar? Se hoje já não sei Quem são heróis, quem são bandidos Eu me sinto tão perdido nessa merda de lugar E vejo nas crianças estampado o medo louco De um dia se encontrarem com uma bala de fuzil E daí eu me pergunto Se alguma vez nesse mundo Essa então chamada paz realmente já existiu E relatos passam na televisão Mais um pai de família no meio da confusão Voltava para casa com uma sacola de pão Encontrou o tiroteio na esquina com a Assunção Seu filho ainda o espera com um brinquedo na mão Fruto de trabalho honesto em um mundo sem perdão Entrou naquela guerra com nenhuma intenção E só pôde sair dela de carona em um caixão Daí eu te pergunto Como pode um mundo desses Manter viva minha chama de esperança De que algum dia isso vá mudar? Se hoje já não sei Quem são heróis, quem são bandidos Eu me sinto tão perdido nessa merda de lugar E vejo nas crianças estampado o medo louco De um dia se encontrarem com uma bala de fuzil E daí eu me pergunto Se alguma vez nesse mundo Essa então chamada paz realmente já existiu