O anseio do mistério sem nome Ter o eterno e sentir sua ausência Lança-nos ao dissabor da falência Paradoxo brutal que a fé consome O que nos prende a tal absurda fome? A distorção da natural essência do tempo vítima Sem existência, serve ao desejo sem ter quem o dome Mas a graça única do cordeiro que a altivez humana Ao pó reduz, uniu-nos com tempo verdadeiro Pois antes mesmo da formação da luz À salvar do destino derradeiro Fez-se o brado: Haja cruz! E houve cruz.