Dia de chuva que me atrasa No escuro Que embaça minha visão Noites em chuva Fico em claro Ia chuva, minha escuridão Corro, em vão digo meu nome Barriga cheia mente com fome Engane a solidão Tem cego que enxerga, mas não tem visão Do futuro nem são oráculos Embaça tire os óculos Essas lágrimas são chuva Limpe seus olhos E corra a diante Mire no Sol radiante Seja uma máquina troque seu radiador Troque amor ao invés de calor Pés descalços na areia Militantes de status Caia na própria teia Quebrando a banca nos assaltos Sinal fechado Indo contra o asfalto molhado Talvez de sangue ou é choro Orvalho caindo cedo Tô pior que o mouro Digo verdades sem medo Ou talvez não Só falo mal da chuva porque prefiro o verão Preso na rua, fiquem presos em suas casas Essa chuva estranha não passa Posso voar perto do Sol Mas vou molhar as minhas asas Dia de chuva que me atrasa No escuro Que embaça minha visão Noites em chuva Fico em claro Ia chuva, minha escuridão Sou o atleta que já cansou de correr em círculos A meta agora é a maratona Pra cada problema, mais um cálculo Renal, e meu pulmão que é amazônia Eu sou o mundo e você não vê Engulo o choro e você não vê Esse orvalho é minha deprê E essa chuva é pra ti prender Ao meio da ponte eu me salvei Do fundo do poço eu transbordei Vidas eu carreguei Me encarreguei de levar tudo a frente Sem frete O mundo onde já usam máscaras Ainda mais mascarados Quem se disfarça na maquiagem fica borrado Marcado Com lama Se tá molhando, ninguém chama Essa chuva é pra você se conhecer Acendo mais um cigarro Porque hoje vai chover Então eu bebo Chuva Dia de chuva que me atrasa No escuro Que embaça minha visão Noites em chuva Fico em claro Ia chuva, minha escuridão