Fê Lemos

Nem mar, nem um puto

Fê Lemos


Nesta estrada que eu vou caminhando 
Eu admiro o que vou encontrando 
Olho pra lá, olho pra cá 
Sempre mudando, parece um encanto 

A saudade me persegue 
A novidade até que diverte 
No balanço da corda bamba 
Meio travado, tocando o meu barco 

Qual será o seu motivo 
O que que você está esperando 
Quando eu vejo alguém vacilando 
Eu caio fora 

Se liga nos toques, confia na sorte 
Não anda de lado, 'guenta o tranco 
Olha onde você está pisando 
Não vá cair por engano 
Nesta estrada de curvas e retas 
As vezes... outras na certa 
Eu nunca paro pra pensar, não 
Eu nunca penso em parar 

Não sei o que vem atrás do morro 
Talvez em perigo, quem sabe acho um poço 
Água pura pra lavar o meu rosto 
Ou lama lá da rua pra cagar no meu olho 

Mas se um dia tua sorte mudar 
E te deixar mal no pedaço 
Sem ter pra onde ir, nem como voltar 
Não banque o palhaço 

Agradeça à Mãe Natureza 
Por ainda estar vivo 
Respira, a estrada é longa certeza 
E cante comigo 

Se eu não tenho mar, nem um puto 
Nem alguém para amar 
Tudo o que eu posso fazer 
É cantar...