No cortejo dos penitentes Vão culpados pecadores da gula Vão culpados da sensualidade Castigados até à medula Vão os tíbios e frouxos no amor Imaculados como o Criador Vão culpados por abstinência Vão culpados das suas carências No cortejo dos penitentes Os homens cortam suas próprias carnes São ofertas que fazem aos céus Ao mais alto de todos os céus No cortejo dos penitentes Os sacerdotes da austera vida Vão contentes e muito enfeitados Sobre as cinzas dos sacrificados E cantam louvores Ao Deus Abranda Senhor A pena dos mortos P'ra que te louvem Com sono quieto No cortejo Os penitentes Bebem tragos da bebida amarga Da urina que depois vomitam Pela noite mal aventurada No cortejo Os penitentes Comem postas de sangue coalhado Da sangria dos outros romeiros Suavemente mutilados E cantam louvores Ao Deus