No sertão onde eu nasci tudo era diferente Nossa casinha pequena com um cercado na frente Um rancho pra guardar as tralhas e um pouco de semente Depois de uma ceia boa, se ouvia os sapos na lagoa Fazendo um barulho estridente Quando amanhece o dia canta o galo no terreiro Os passarinhos nas matas, a saracura no bueiro O tangará lá no galho, na dança é bom catireiro E a chuva fina na mata, cai do céu feito cascata Molhando o sertão inteiro Depois da chuva vem o sol e a terra toda se ilumina A cachoeira e a cascata vão descendo das colinas Fecundando a terra nova, é a natureza 'Mãe Menina' É por isso que em meus versos cantando eu te confesso Só pode ser obra Divina Seu moço vá lá no sertão, ver quanta beleza espraiada Tirar o sustento da terra, suar no cabo da enxada Comer a bóia lá na roça ouvindo o som da passarada Agradecer em oração, a riqueza do sertão Essa terra abençoada