Em minha rua, não há noite nem há dia Não há vida, nem há morte Não há pranto e nem cantar A minha rua não é cheia, nem vazia Não tem destino, nem sorte Nem norte, nem viajar Em minha rua não há chuva, não há frio Não há calor, nem estio Não há rio e nem há mar Nenhuma lua, nenhum sol, nenhum segredo. Não há glória não há medo. não há cor, nem há olhar Em qualquer parte, na calçada ou no batente Eu me deito, eu me sento E pego meu violão Em qualquer parte talvez não seja direito eu me sento, eu me deito preparo meu coração Deixo que o vento Traga estampas coloridas Em papeis de chocolate Para cobrir minha canção Deixo que o vento Traga a morte que eu não tive Traga a noite que não vive Dentro do meu coração