Quando eu vejo a mocidade Sonhando os seus amores Pensam que tudo são flores Mal sabem que isso é da idade Brincam de amor almas puras E eu que bem sei do que falo Sei das vielas escuras Da solidão e me calo É que o amor é o perfume De uma flor impossível Que tem a cor invisível E seu espinho o ciúme Ai de quem bebe do rio Dessa ilusão passageira Sente um estranho frio Tomar-lhe a alma inteira É que o amor não se basta Nunca ele é por inteiro Onde o desejo se alastra Sofre alguém prisioneiro Quem inventou esta sorte Olhou no olho da fera Sonhou enganar a morte Beijou mais uma quimera