O meu grande amor Dorme ao meu lado Dormia nos meus braços Antes do chão se ter quebrado Somos dois ilhéus Fomos uma ilha! E no espaço que há entre nós O sol agora brilha Como um coração Que em forma de ponte Une os nossos peitos Com a linha do horizonte! Metade Amar é ser sempre metade Metade Amar é estar condenado a ser metade O meu grande amor Separado de mim Parece, às vezes, uma estátua De ferro e alfenim E quando a noite vêm Deitar-se entre nós Como um filho adormece Ao som da nossa voz E as aves do mar que nos abrigamos Levam para longe tudo o que não gritamos Metade Amar é ser sempre metade Metade Amar é estar condenado a ser metade O meu grande amor Que quase toca o céu Diz que é grande a dor Que nos cobre como um véu E à boca do mar de onde nos erguemos Lançamos os nossos loucos desejos E esquecemos Não há solução Somos um milagre! Amor é sempre amor Quer adoce quer amargue Metade Amar é ser sempre metade Metade Amar é estar condenado a ser metade O nosso amor O nosso, só, assim É um amor inteiro Sem principio nem fim