Este rio grande mora dentro do meu peito O poncho negro se abriga em noites charruas Sigo agarrado acampado nas encilhas Sou como o vento, deslizando nas planuras. O mate gordo sorvo na bomba prateada Chaleira preta, encascurrada no fogão Trago de canha, costela gorda na brasa E lá me vou, gineteando a tradição. E campo à fora me vou, batendo casco na estrada Sem paradeiro, sem destino, sem morada E campo à fora me vou, batendo casco na estrada E a lua cheia ilumina as madrugadas. Em noite a dentro abro rastros no sereno Vou campo à fora arrebanhando horizontes Sobra cavalo pronto pra engolir lonjuras Sou crina grossa tanto faz por onde ande O meu cantar é galponeiro e não tem preço Pois não me entrego a este falso modernismo Nasci campeiro sou filho das madrugadas Sina aporreada pra quem nasceu no chucrismo.