Num dia frio de agosto, na fazenda pinheiral Fui chamado pra montar num gateado bagual Formosura da tropilha, delgado e corcoveador Para enfeitar meu cartel, dispensei o amadrinhador Não trago medo comigo, sou caborteiro e bardoso Só deus sabe o meu destino, ninguém apara meu toso Na fazenda pinheiral saímos levantando poeira Descendo picada feia na direção da poeira. Calcei a bota no estribo, alcei a perna por cima Cheirava flor de caixão, o vento lambia as crinas Cada corcóveo que dava de cima, o mango descia E as esporas cortadeiras, a paleta padecia. Meu sistema de campeiro sempre foi dos mais sem luxo Tenho sangue catarina, mesclado ao de gaúcho Beiçudo que se renega, sente o fardo das esporas Que se arrebente pelo meio, coragem tenho de sobra Nunca cometi mal trato, apenas sou decidido Só revido a rebeldia de algum cavalo exibido Pois quem doma me entende e sabe do que eu falo Campeiro só é campeiro, se tiver um bom cavalo.