Fábrica da Arte

Água do Fruto

Fábrica da Arte


Olhar é bom demais
As palmas e o céu ao fundo
Do fruto eu bebo a paz
É um vício que eu não mudo

Olhar é bom demais
As palmas e o céu ao fundo
Do fruto eu bebo o mundo
No copo ou no canudo

Seja porque estou amando, seja o tempo não sei quando
Ou que eu perca minha prenda e o doutor nem me atenda
Mesmo que você me deixe, ainda que do mar nenhum
peixe
Que eu esteja à vontade com a tal felicidade
Inda que Cristo não salve e o catolé se quebre

Eu derramo em meu rosto uma versão
De um mundo melhor, de um beijo de mulher
De um cheiro de flor, de uma pausa pra esquecer
Como se eu boiasse nas ondas pra olhar

Tantas palmas e os frutos, céu de tarde ao fundo
São mais de cem mulheres colhendo mais um, dois, três,
quatro
Cinco mil cocos pra brindar com água à vida do povo
daqui